sábado, junho 24, 2006

A promoção do restaurante
(uma aventura de Stuart Silva)

Um restaurante que servia refeições deliciosas lançou uma promoção curiosa: você podia comer e beber de tudo de graça desde que não falasse nenhum palavrão.

Certo dia convidei a namorada e resolvi conferir esta promoção.

Cheguei e pedi, logo de cara, um carpaccio e uma garrafa de vinho chileno. Que delícia!

Do carpaccio passei aos petiscos de queijo provolone com presunto de Parma. Pra acompanhar, dois choppinhos geladíssimos. Desceram tão saborosos que pedi bis.

Em seguida, aceitei a sugestão do maitre e degustei o prato mais caro da casa, a "Lagosta Escandinava ao molho de Nozes Húngaras". Estupendo! Nunca em toda a minha vida comi algo tão sublime.

Pra encerrar com chave de ouro, o garçon trouxe a sobremesa do dia "Grisondellis de Amora com calda quente de Chocolate". Que noite, que banquete!

Como já era tarde, pedi ao garçon para avisar ao maitre que eu estava indo embora. O garçon voltou e pediu que eu aguardasse que o maitre já ia trazer a conta.

"A conta?!", de repente, gelei. Será que eu tinha entendido errado? "A conta?" Não, não! Eu não me enganara. Resolvi esperar pelo maitre, certo de que tudo seria esclarecido.

O maitre chegou com a conta que sequer aceitei pegar. E a promoção, afinal? Não era tudo por conta da casa?

O maitre explicou que a promoção era uma pegadinha do Faustão, que eu ia ter de pagar por tudo que havia consumido. Estiquei a mão, trêmula, e peguei a conta.

Abri a caderneta. A conta tinha mais zeros do que a minha declaração anual de rendimentos. Enchi a boca:

- Puta-que-pariu!!! Vai ser caro assim na casa do caralho!

Ao que o maitre completou:

- Esqueci de avisá-lo que a Produção do Faustão cobre as despesas...

- Ufa! Ainda bem.

- ... desde que o senhor não fale nenhum palavrão.

- Ah, fudeu!
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