terça-feira, julho 11, 2006

Finalmente:


"O Amargo da tua boca Doce" - O diário de Nando Playboyzinho
(Depoimento a Stuart Silva)


Capítulo 1 - Uma transa do outro mundo - Parte 1 de 2


Segunda, 7 de março de 2005.

"Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo
De amargo então salgado ficou doce"
(Renato Russo
)


Todo garoto de vinte e poucos anos como eu tem um sonho na vida.

Apesar de meu pai achar que não, eu também tenho um sonho. Um grande sonho.

Um EcoSport. Todo prata. Rodas cromadas. Faróis de neblina. Som com MP3. Navegação por GPS. E zero quilômetro, claro.

É por causa desse sonho que eu estou aí na pista. Correndo na frente, lutando pra chegar lá. Pra ser alguém na vida.

Eu tenho 22 anos. O meu nome é Fernando. Pros mais íntimos, sou Nando.

Dei a sorte de nascer numa família de grana. Eu sei que fui um privilegiado: estudei a vida toda no São Bento e tive inglês, alemão, férias na Disney, natação, futebol e tênis. Todos da Nike. Mas tudo que aprendi na vida veio das ruas de Copacabana, onde moro desde que nasci.

Eu não gosto de misturar vida pessoal com trabalho. Por isso, uso o codinome Nando Playboyzinho, o dispositivo sexual mais quente do mercado.

É, como você já percebeu, eu sou Scort-boy. E tenho orgulho disso. "Satisfação sexual delivery". É como me apresento. É só ligar que estou lá. Ou aí, se você preferir. Por um módico investimento, te levo às portas do paraíso. E por um pequeno adicional, te deixo entrar.

Quanto a minha recompensa material, eu sempre digo pra minhas clientes que é um investimento. Para a realização das necessidades existenciais delas. Para a realização do sonho de um garoto agora carente como eu.

É o meu sonho que me faz sair da cama todos os dias. Como hoje, quando o endereço me levou até um motel na Barra.

Cheguei na recepção e dei o número do apartamento. Logo uma atendente gostosa me conduziu até lá.

Toquei a campainha. É sempre nessa hora que o meu coração dispara. Fico naquele suspense de roleta de cassino girando. Girando. Do tambor do revólver girando. Girando. Às vezes acerto na cabeça, noutras me suicido.

A porta se abriu.

Era uma suíte grande e requintada. A cliente até que dava pro gasto. Nem muito velha, nem muito gostosa. E o mais importante: usando jóias e um perfume que o meu suor não poderia comprar tão cedo.

— Nando?

"Satisfação sexual delivery" ao seu dispor.

Ela riu:

— Bonito e espirituoso. Você é melhor do que eu esperava.

Agarrei-a vigorosamente e lasquei-lhe um beijo de língua que a deixou sem fôlego. Ao final do beijo, senti um gostinho de cigarro disfarçado pelo suco de abacaxi com hortelã.

Ela me ofereceu uma taça de champanhe que já estava servida sobre uma mesa de granito. Ao lado da garrafa e da outra taça, notei um molho de chaves, um celular minúsculo e uma gorda carteira pousada sobre duas notas de cem. Precavida, pensei.

Bebi só um gole do champanhe. Eu nunca desagrado uma cliente. Mas não gosto de perder o controle. Na minha profissão, isto pode ser fatal.

Larguei a taça sobre a mesa. Puxei a mulher pela mão como num tango.

Sua testa chocou-se contra o meu queixo.

Pedi desculpas e chupei-lhe os lábios. Ela soltou um gemido.

Continuei mantendo a pressão.

— Ai, Nando... assim... assim...

Arranquei as roupas dela e, como de praxe, comecei a mentir:

— Gostosa...

— Ai, vai, Nando... continua...

Fiquei só de cueca e menti mais:

— Tesuda...

— Morde meu pescoço, vai...

Mordi com força o pescoço dela e a encoxei por trás, o suficiente para tirá-la do sério. Ela gemeu e, virando-se, me empurrou com mais força do que uma mulher seria capaz de fazer.

Perdi o equilíbrio e caí de bunda no chão.

A cliente começou a girar diversas vezes pelo quarto. Girou, girou, girou tanto que fiquei tonto só de ver. De repente, parou e se colocou de pé sem sequer vacilar. Arqueou as costas e falou com uma voz estranha:

— Ê-ê! Quem é qui chamô, cabôco Zezão?


(Continua...)
Confira na próxima quinta-feira o desfecho desta aventura de Nando Playboyzinho.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Agora sim! Posts e mais posts em profusão... É isso aí, é preciso arregaçar as mangas (mas só as mangas) e colocar mãos à obra (só à obra). O show não pode parar!!

4:43 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ah, não!
Assim não vale!
Eu já estava querendo criar uma história (nada)verídica de um garoto de programa e ficar rico com ela, como a maldita da Bruna Surfistinha...
Até nisso a minha má sorte impera!
Hehehe!

5:55 PM  
Anonymous Anônimo said...

Andreh..
Somos Dois.. haha MAis Vou compara O livro dele.. Compara Não baixar Da net para Ele não ganhar os Direitos e Vou fazer o oposto Dele e acertar os Erros Dele!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

2:03 PM  

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