segunda-feira, julho 31, 2006

“Superman – O retorno” – A paródia oficial


Cena 9 – Exílio

ESTRATOSFERA TERRESTRE – EXT./DIA
Num lindo dia de sol, a CÂMERA passeia velozmente sobre as nuvens, deixando-se perceber diversos tipos de paisagens abaixo delas: campos verdes, longas estradas, cidades... Em certos momentos, a trajetória muda bruscamente, ora devido a um ajuste de rota ou ora pelo surgimento inesperado do topo d'alguma montanha.

Em pouco tempo, a CÂMERA voa sobre um imenso e aparentemente infinito mar de nuvens brancas.
De súbito, a CÂMERA mergulha profundamente através da camada espessa de nuvens. A visão momentaneamente embaçada dilui para uma impactante paisagem panorâmica do PÓLO ÁRTICO.

A CÂMERA faz um giro de quase 360º e finalmente vemos SUPERMAN que pára bruscamente no ar. Ele identifica uma cordilheira a Nordeste e retoma o seu vôo.

Surge, então, a colossal FORTALEZA DA SOLIDÃO.

"Paz, finalmente", Superman pensa quando pousa diante da imensa construção de cristais.

Neste momento, ele percebe uma pequena placa amarela fixada na entrada principal. Ele não precisa se aproximar para ler os dizeres "DESAPROPRIADO PELA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - SECRETARIA DE ASSUNTOS TERRITORIAIS".

SUPERMAN: Grande Krypton! É a capitulação absoluta. Não bastasse eu ter perdido o emprego, a mulher e o filho, agora eu também perdi a minha casa!

CLOSE em Superman.

SUPERMAN: NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!

O Homem-de-aço alça vôo e num acesso de fúria começa a esmurrar os paredões de gelo do Ártico. Enormes blocos despencam no mar. Os animais do entorno, focas, ursos polares e pingüins, fogem assustados.

Ao perceber a enorme destruição que está causando naquele habitat natural, Superman cessa sua investida contra as geleiras.

Ele paira um tempo no ar e ao divisar um pequeno ponto marrom na paisagem, sai em seu encalço.

Rapidamente, a imagem do pequeno ponto marrom é aproximada e percebemos um inocente e dócil São Bernardo fugindo da assustadora cólera do Homem-de-aço.

É ínútil. O herói facilmente alcança o animal e...

Arranca gentilmente o pequeno barril de rum que este traz preso a sua coleira.

Superman larga o animal ileso no solo. O pobre cão não entende o que acabou de se passar. Com um peteleco o poderoso herói arranca a tampa do barril de rum e o bebe duma golada só.

O Super-arroto espanta um grupo de pingüins ao norte.

Desesperado, Superman prossegue em busca de álcool, subtraindo todos os cães São Bernardo, exploradores e esquimós que encontra pelo caminho.


CORTA para algum tempo depois. Superman está caído no chão numa água só.

SUPERMAN (enrolando a língua): (Hic!) Ninguém me ama, ninguém me quer... (hic!)

Um urso polar surge ao longe.



SUPERMAN: ... ninguém me chama... (hic!) de bem-me-quer... (hic!)

O urso polar, curioso com a estranha criatura, observa o Superman.

SUPERMAN: ... em vez de você ficar pensando nele... (burp!) pense em mim... chore por mim... liga pra mim... (hic!) não liga pra ele...

O urso começa a rodeá-lo, provavelmente avaliando se Superman pode render uma refeição.

Superman percebe a presença do animal.

SUPERMAN: Olá, amigo... Você quer trocar uma idéia? (hic!)

URSO POLAR: ?

SUPERMAN: O meu nome é Clark-EL. Quer dizer... ops!, Kal Kent... ah, porra, me chama de Kal que tá bom.

URSO POLAR: ?

SUPERMAN: Você tem (hic!) um nominho?

URSO POLAR: ?

SUPERMAN: Já saquei! (hic!) Você é tímido. Eu sei como é...

URSO POLAR: ?

SUPERMAN: Acho que vou te chamar de Branquinho... porquê me lembra (burp!) branquinha, pinga, cachaça... essas coisas legais da vida... (hic!)

URSO POLAR: ?

SUPERMAN: Eu posso te contar uma historinha... (hic!) Você conhece a dos Três Porquinhos?

URSO POLAR: ?

Superman envolve sua cabeça com a capa.

SUPERMAN: ... e a do Chapéuzinho Vermelho? (cantando em falsete) "Pela estrada afora eu vou bem contente..."

Ele se levanta e tenta dançar saltitante como a rubra personagem em seu passeio pelo bosque. O máximo que ele consegue é tropeçar nas suas próprias pernas e cair abraçado com o urso que solta algo parecido com um grunhido.

SUPERMAN: Oi, tudio bein? Já te falei que você é meu melhorrr amigo?

URSO POLAR: ?

SUPERMAN: Eu acho que você tá meio de saco cheio desse lugar: frio, seco e sem nada pra fazer... Vou te levar prum lugar mais maneiro!

Superman abraça o urso polar e levanta vôo rateando como um teco-teco dos anos trinta. O urso urra desesperado de medo.

Eles voam por um tempo até que Superman divisa uma linda ilha tropical. Suavemente, ele pousa na floresta e deixa o urso polar no chão.

SUPERMAN (ainda enrolando a língua): Aqui você vai ficar bem, amiguinho.

O urso foge dali, urrando e correndo floresta adentro.

SUPERMAN (tremendo o lábio inferior e se controlando para não chorar): Adeus, Branquinho.

Literalmente embriagado pela emoção, o Homem-de-aço sobe aos céus e não percebe um grupo de pessoas pedindo socorro na praia ao lado dos destroços de um avião da Oceanic Air.



CORTA PARA

PÓLO NORTE - FORTALEZA DA SOLIDÃO – INT./DIA

Olhos amendontrados olham através de uma fresta na porta da Fortaleza da Solidão.

(HOMEM COM SOTAQUE ÁRABE 1): Acho que ele já foi...

(HOMEM COM SOTAQUE ÁRABE 2): Eu te disse que ele era muito burro e que ia cair nessa...

(VOZ COM SOTAQUE ÁRABE 1): Osama, você é um gênio mesmo... Aqui é o único lugar que ninguém nunca ia pensar em te procurar...

(HOMEM COM SOTAQUE ÁRABE 2): Eu sei, meu irmão, mas não fale meu nome de novo. Os malditos americanos tem satélites espiões espalhados pelo mundo inteiro...

(VOZ COM SOTAQUE ÁRABE 1): Tá bom, Osama... Ops! Desculpe de novo...

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Direto d'O Dia Online, 31/07/06:


Rio, 09:10
Tiroteio entre traficantes na Favela do Barbante assusta moradores
"Confronto no Barbante dá nó difícil de desatar", diz Relações Públicas da PM.

Ciência, 11:18
Estudo mostra tendência da mortalidade em idosos
Surpreendente pesquisa da Universidade de Lisboa descobre que velhos morrem mais

Brasil, 12:24
Polícia Federal investiga denúncia de tráfico de órgãos na Amazônia
Traficantes estariam atravessando órgãos em carregamentos regulares de Cocaína para o Brasil

sexta-feira, julho 28, 2006

“Superman – O retorno” – A paródia oficial


Cena 8 – Lar

CIDADE DE SMALLVILLE – FAZENDA KENT/CASA – EXT./INT./DIA

Completamente desorientado com a terrível descoberta da traição de Lois, Superman retorna a sua cidade natal, Smallville, em busca do apoio materno para tentar entender sua nova condição social. O sol acaba de raiar quando ele pousa na fazenda dos Kent.
Para sua surpresa, é a primeira vez que ele encontra a porta de sua casa trancada. Superman toca a campainha.

MARTHA (voz abafada de dentro da casa): Já vai!. Ui, pára! (risos)

Superman toca insistentemente a campainha.

MARTHA (voz abafada de dentro da casa): Merda! Já falei que tô indo. Cadê minha calcinha?

SUPERMAN: ?

Martha abre a porta se recompondo. Ela está vestindo um robe de seda Pink com o desenho da Penélope Charmosa e tem os cabelos desgrenhados.

MARTHA (abraçando alegremente Superman): Filho, você voltou!

CLARK: O bom filho a casa torna.

MARTHA: Como senti saudades!

CLARK: Eu também, mamãe.

MARTHA: Entra, filho, está muito frio aí fora. Não quero que você pegue um resfriado.

Ao passar pela porta de entrada de seu antigo lar, o transtornado herói não percebe um par de sapatos tamanho 54 bico largo debaixo do banco da varanda.

MARTHA: Deixa a mamãe te dar muitos beijos e olhar este rostinho de bebê chorão.

CLARK: Mamãe, eu já cresci!

MARTHA: Você vai ser sempre o meu neném. Você parece abatido, filho. Está tão magrinho. Não deve estar comendo direito, está? Vou fazer uns ovos com bacon pra você.

CLARK: Eu não preciso comer. Você esqueceu, mamãe? Me alimento do sol.

MARTHA: Eu nunca vou entender essas dietas malucas de Krypton... Que cheiro é esse, filho? Você agora deu pra beber?

CLARK: Precisei tomar uns tragos. Pra esquecer.

MARTHA: Esquecer o quê?

CLARK: A maior decepção da vida de um herói. Peguei Lois na cama com meu melhor amigo, o Batman.

Martha pega o maço de cigarros e o isqueiro. Habilidosamente, ela tira o cigarro do maço e o coloca na boca.

MARTHA (riscando o isqueiro e falando pelo canto da boca): Pegou? Quando, hoje? Já não era sem tempo. Essa safadeza vem rolando há anos.

CLARK: Você sabia, mamãe?

Martha consegue acender o cigarro. Ela dá uma longa e profunda tragada.

MARTHA: Eu e a torcida do Smallville Crows. E a do Metrópolis Giants. E a do Gotham Bulldogs. E a do Flamengo. Já falei a do Corínhtians?

CLARK (sentado na posição do Pensador de Rodin): Eu não sei o que fazer da minha vida, agora.

Martha dá outra tragada. Ela sopra a fumaça com maestria e desenha o “S” do Superman. Ela dá outra baforada e faz o desenho de um chifre sobre o “S” de fumaça. Antes que o Superman olhe, ela desfaz o desenho, abanando as mãos.

MARTHA KENT: Filho, apesar de tudo, eu entendo a Lois.

CLARK: Entende?!

MARTHA: Cinco anos é muito tempo. Uma mulher também tem suas necessidades.

CLARK: Mas eu sempre me dediquei de corpo e alma a ela, mamãe.

MARTHA: Mas esqueceu de proporcionar o básico?

CLARK: Uma diarista?

MARTHA: Não.

CLARK: Um casaco de vison?

MARTHA: Não!

CLARK: Férias na Europa?

MARTHA: Não, Clark! Como você é tonto! Parece até não é meu filho.

SUPERMAN: O que faltou, então?

MARTHA (continuando): Aço, filho.

SUPERMAN: Aço, mamãe?

MARTHA: Faltou malhar o aço, ali, diariamente.

SUPERMAN: A sra. está se referindo a sexo?

MARTHA: Até que enfim, descobriu o Brasil! Acho que você é o único nesse planeta que se realiza com esse negócio de salvar os outros. Na vida real o que todo mundo gosta é duma boa sacanagem.

SUPERMAN: Mas eu pensei que ela compreendesse a minha missão aqui na Terra.

MARTHA: Missão? Parece até piada: o Homem-de-Aço não conseguiu malhar o aço da mulher dele e acabou levando ferro dum cidadão suspeitíssimo como o Batman.

SUPERMAN: Que modo de falar é esse, mamãe?

MARTHA: Agora eu falo o que me vem à cabeça. Eu era muito reprimida pelo teu pai. Agora eu me libertei. Descobri que eu posso ser uma nova mulher. Que eu posso ser Mulher.

SUPERMAN (horrorizado com o rumo da conversa): Mamãe?

Uma voz metálica chama Martha do alto da escada:

(VOZ METÁLICA): Martha, cadê você popozuda?

SUPERMAN: Popozuda? O que significa isso, mamãe?

Martha apaga o cigarro no cinzeiro.

MARTHA: Gostosa, tesão, cachorra... É um nome carinhoso dos novos tempos, tipo “minha pequena”.

SUPERMAN: ?

O dono da voz metálica aparece na escada. Ele está enrolado apenas numa pequena toalha que demarca um enorme volume cilíndrico sob o tecido de algodão.

SUPERMAN: Mamãe, ele é Brain...

MARTHA (interrompendo Superman): Não, filho, ele não é BRAINIAC. Ele é um modelo completamente novo de andróide, com um novo periférico que me faz a mulher mais feliz da galáxia. O nome dele é PENIAC.


PENIAC: Saudações, Kryptoniano. Eu sou PENIAC. Andróide de última geração com 469 aprimoramentos sexuais para todas as ocasiões e baterias solares com autonomia de 100 anos.

SUPERMAN: Estou pasmo; acho que vou vomitar.

Indignado com a cruel revelação de sua genitora, Superman sai como um raio de sua casa e alça o céu sem destino.

PENIAC: Os humanos não são lógicos.

MARTHA: Você esqueceu que ele não é humano?

PENIAC: Não, eu sou um andróide, não posso me esquecer de nada. Apenas não compreendo porquê o Último Filho de Krypton age como um humano. Ele podia ser um Deus e subjugar planetas, galáxias... Talvez o Universo.

MARTHA: Deus? Subjugar planetas? Desiste! Meu filho é muito careta.

PENIAC (abraçando Martha por trás): Já te falei que você é KENT mesmo, hein, Martha?

MARTHA: Já. Mas fala de novo aqui no meu ouvidinho...


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quarta-feira, julho 26, 2006

Deu no O GLOBO, hoje, 26/07/06:


12h20m - Ciência
Cientistas identificam réptil parecido com monstro do Lago Ness
Descoberta realizada após festinha do departamento de Zoopaleontologia regada a Scotch irlândes

12h22m - O Mundo
Fidel Castro nega que pretenda governar até os 100 anos
Longevo ditador cubano afirma que falta pouco para ilha estar completamente arruinada

13h59m - São Paulo
Penitenciária ameaça suspender entrega aos presos
Pizza, Drogas, TV a cabo e scort service serão suspensos se presidiários não efetuarem o pagamento da caixinha até amanhã

16h13m - São Paulo
SP recebe casal de macacos-pregos raros
Candidatos Heloísa Helena e Geraldo Alckmin fazem campanha na capital paulista
Direto d'O Dia Online, 26/07/06:


Rio, 13:02
Bondinho do Morro Dona Marta começará a funcionar em setembro
Inaguração terá show gratuito do Bonde do Tigrão.

Economia, 13:29
Cai desemprego na Grande São Paulo, mostra pesquisa
Escalada da violência paulista faz mais uma vítima em confronto urbano.

Ataque, 16:15
Jóquei pede desculpa por cabeçada em cavalo
Após ter perdido a cabeça em momento de forte emoção, atleta admite que foi "um cavalo".
“Superman – O retorno” – A paródia oficial


Cena 7 – A grande descoberta

CIDADE DE METRÓPOLIS – COBERTURA DE LOIS LANE - INT./NOITE

Depois de um exaustivo dia de trabalho na gráfica do Planeta Diário carregando fardos de jornal, Clark Kent volta para casa voando como Superman para economizar o dinheiro da passagem.

Ao entrar em casa, sente um leve cheiro de incenso de canela. A casa está toda apagada. Uma luz bruxuleante de velas vem do quarto. Superman teme o pior.

“Será que a Light cortou a luz?”, ele pensa enquanto lentamente caminha até o quarto. Uma linda canção romântica, executada por Emmerson Nogueira, vem de lá de dentro.

Superman pára na porta e vê Lois Lane e Batman juntos na cama.

SUPERMAN: Grande Krypton!
BATMAN: Fudeu o esquema!

SUPERMAN: Lois, mas o que é isso?

LOIS: “A Libélula devorando a Flor-de-Lótus trepadeira”. Posição 114 do Kama-sutra, página 69. Editora Sextante, 2005.

Batman rapidamente cobre suas partes pudendas com um lençol com o “S” do Superman.

SUPERMAN: Lois, como você pôde fazer isso comigo?

LOIS (vestindo um robe preto): Você fez sua escolha, Clark, quando partiu há cinco anos. Você não achou que ia ficar esse tempo todo sem dar umazinha? Achou?

SUPERMAN: Mas, Lois... Nós tínhamos uma linda história de Amor...

LOIS: É, mas Amor não paga o cartão de crédito no fim do mês. Como você acha que eu fiz com as contas dos últimos cinco anos? Eu não tenho reajuste naquela merda de Planeta Diário desde que o Bush invadiu o Iraque.

SUPERMAN: ?

LOIS: E tem mais. Sua atuação pregressa como salvador do mundo me rendeu dezenove processos por destruição de propriedade pública, doze por destruição de propriedade privada, cinco por danos a terceiros e mais dois por danos morais. É mole ou quer mais?

BATMAN: É verdade. Tive de molhar a mão de muita gente boa pra limpar as cagadas que você fez, Clark.

SUPERMAN: Mas e os royalties de minhas revistas, filmes e etc?

LOIS: Assim que você partiu, a vendagem de tudo relacionado ao Superman despencou vertiginosamente. E logo depois vieram dois filmes do Aranha, três do X-men, Hulk, Demolidor, Quarteto Fantástico, Hellboy...

BATMAN: Até eu voltei ao mercado.

LOIS: Hoje, até o Capitão-Presença vende mais que você.

BATMAN: Eu gostcho mais da Bruna Surfistinha...

SUPERMAN: Eu nunca vou entender. Lois, o Amor da minha vida... Bruce, o irmão que eu nunca tive...

BATMAN: Não é nada pessoal, Clark. Mas eu sempre quis descobrir o que você via nela. Eu tinha de saber o porquê!

SUPERMAN: E descobriu, seu canalha?

BATMAN: Nada conclusivo. Ainda preciso fazer umas análises no Bat-computador.

Superman vai até a janela e olha os prédios de Metrópolis. Ele fica pensativo por uns segundos e depois se vira.

SUPERMAN: E o Past-El, quer dizer, o Clark Jr.? Ele sabe?

LOIS: Que é filho do Bruce? Claro que não, já basta a sua má influência. Tenho fé em Deus que ele vai ser um homem normal, rico e pegador de mulher.

SUPERMAN: Vou pedir um exame de DNA!

LOIS: Pra quê? Eu tenho certeza que ele não é seu filho.

SUPERMAN: Como é que você pode afirmar uma coisa dessas?

LOIS: Simples: Porquê a gente nunca transou.

BATMAN: Putz! É pior do eu imaginava.

SUPERMAN: Mas e o pega-rapaz?

LOIS: Eu faço com gel, pra disfarçar. Afinal, todo mundo acha que ele é seu filho.

SUPERMAN: Ah, é demais pra mim. Além de ser o Último Filho de Krypton, agora eu sou o Último a Saber.

BATMAN: Há coisas piores na vida.

SUPERMAN: Como o quê?

BATMAN: Você podia ter de dormir pendurado de cabeça pra baixo numa caverna fria e úmida. E ter sobrancelhas desenhadas por cima da máscara.

SUPERMAN: Não, este sofrimento é sobre-humano. Além de Superman, agora eu sou Super-Corno! A vida não vale mais a pena. Vou me matar!

Tomado por um grande desespero, Superman se joga do alto da cobertura de Lois Lane.

E, por mais que tente cair, levanta vôo.


CORTA para o quarto de Lois.

LOIS: Onde estávamos mesmo?
BATMAN: Posição 114, página 69.
LOIS (rindo e jogando-se por cima dele): Ah, é.

(Continua...)
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terça-feira, julho 25, 2006


Aviso aos prezados leitores.

Devido a problemas de natureza jurídica, a série "O amargo da tua boca doce - o diário de secreto de Nando Playboyzinho" ficará temporariamente sem atualização.

Nossos advogados estão buscando uma solução para que em breve voltemos a publicar as aventuras deste personagem instigante.


"Como pode o dinheiro corromper até o mais puro dos anjos?"
Göethe,
em Os Sofrimentos do Jovem Fausto.
Mais notícias d'O Dia Online, 25/07/06:


Eleição 2006, 14:49
Crivella diz que Rio tem político que "até cheira cocaína"
César Maia diz que Igreja Universal tem pastores que "até fazem política"

Brasil, 14:56
Homem confessa ter envenenado família por herança
Personagem Bia Falcão ainda faz escola

Brasil, 15:18
Lideranças indígenas bloqueiam entrada de prédio da Fundação Nacional do Índio
Silvícolas ameaçam queimar colchões se não receberem TVs de Plasma para assistir ao PAN 2007
A revista da mulher de verdade:


Embora eu saiba que esta imagem já é meio gasta e conhecida em outros blogs (1, 2), não podia deixar de postá-la.

No mínimo como revanche das preciosas horas de minha vida que passei lavando louça para minha ex-mulher.

Direto d'O Dia Online, 25/07/06:


Ataque, 12:18
Dunga ainda escolhe membros da comissão técnica
Ex-jogador e dublê de treinador ainda tenta entender sua indicação para Seleção Brasileira

Rio, 12:34
Carro é roubado com cachorro dentro e dona se desespera por causa do animal
Caso registrado como o primeiro seqüestro-relâmpago canino

Cultura, 13:43
Rodrigo Santoro pode atuar na 3ª temporada de Lost
Pela arte, o ator promete abrir a escotilha

Ciência, 14:18
Exame preventivo do câncer da próstata será obrigatório
Associação Atobá criará cartão de fidelidade e vantagens

segunda-feira, julho 24, 2006

“Superman – O retorno” – A paródia oficial


Cena 6 – O salvador da pátria

CIDADE DE METRÓPOLIS – GRÁFICA DO PLANETA DIÁRIO - INT./DIA

É mais um dia duro de trabalho para o ex-repórter Clark Kent que agora defende o pão de sua família como Carregador de pilhas de jornal. Enquanto arruma enormes fardos da edição de amanhã do "Planeta Diário" dentro de um caminhão, Clark Kent reflete sobre sua situação ocupacional: "o trabalho até que é bem fácil. Com a minha superforça, estes fardos não representam esforço algum para mim..."

Ele coloca o último fardo e fecha a porta do caminhão. "... O problema é ter de passar o dia inteiro lendo a mesma notícia. É de enlouquecer."

Neste mesmo instante, a três quadras dali, um perigoso grupo de homens vestidos de preto, encapuzados e armados até os dentes se dirige para a Prefeitura de Metrópolis.

HOMEM ENCAPUZADO 1: Ha-ha-ha! Aí vai outra: "Por quê o parafuso contratou uma professora de etiqueta? "

HOMEM ENCAPUZADO 2 (impaciente): Não sei.

HOMEM ENCAPUZADO 1: Desiste?

HOMEM ENCAPUZADO 2 (puto): Porra, já falei que não sei!

HOMEM ENCAPUZADO 1: "Porquê a mulher dele é uma porca." Ha-ha-ha! Sacou? Porquê a mulher dele é uma porca. Ha-ha-ha! Muito boa...

HOMEM ENCAPUZADO 2 (aponta a arma para a cabeça do comparsa): Já chega de brincadeira! É hora de se concentrar em nossa ação tática. Vamos revisar o plano. 10:49, Beição fica com o carro ligado do outro lado da rua. Suzy Chupetinha pára na recepção pra pedir informação e distrai os seguranças. 10:51:12, eu e o Zarolho entraremos pela porta dos fundos. 10:53:30, instalamos a bomba na privada do Prefeito. 10:56:27, nos reunimos no carro e partimos. 10:59:59, a bomba explode a hemorróida do Prefeito de Metropólis. A Cimitarra Negra mostra o seu poder e parte para o seu próximo alvo: A Casa Branca!

Com sua super-audição, o pacato ex-repórter Clark Kent ouve toda a conversação. "Preciso impedir este atentado de proporções catástróficas". Para sair de seu posto de trabalho sem ser notado, o dedicado operário Kent inventa uma desculpa para o seu supervisor.

CLARK KENT: Aí, chefe. Posso ir ao banheiro passar um fax?.

CHEFE: Vai na fé, irmão. Não tenha pressa.

Nem bem o chefe termina de dizer estas quatro palavras e Clark Kent já está voando pelo duto do ar-condicionado vestido como o SUPERMAN!

Em poucos segundos, Superman alcança o veículo no qual estão os ameaçadores terroristas que ouvem um barulho como se tivessem batido em alguma coisa. Sem que eles tenham tempo de reagir, a lataria do veículo é rasgada pelo Superman como de fosse feita de papel. Os terroristas aterrorizados disparam inutilmente suas armas automáticas contra o Homem-de-Aço.

A reação é inútil. Distribuindo democraticamente sopapos para todos, Superman amarra os malfeitores com uma grossa barra de metal e os leva dali.


CORTA para

CIDADE DE WASHINGTON – CASA BRANCA/SALÃO OVAL - INT./DIA

Superman entrega os terrorristas para o Serviço Secreto e entra abruptamente no Salão Oval onde está o presidente Bush.

SUPERMAN: Com licença, Sr. Presidente. Vim falar sobre uma grave ameaça que acabei de impedir.

PRESIDENTE BUSH: Oh, Meu Deus!

SUPERMAN: Presidente! O senhor está passando mal?

PRESIDENTE BUSH: Oh, Meu Deus! Assim... Assim, Môôônica...

SUPERMAN: Mônica?

Temendo pela Segurança Nacional, o Homem-de-Aço usa sua visão de raios-X e vê a ex-tagiária Mônica Lewinsky atuando numa questão de Enrijecimento das Políticas Públicas nas Áreas de Convulsão Sexual, digo, Social.
PRESIDENTE BUSH: Ahhhhh, Môôôôôônica!

SUPERMAN: Mas o que significa isso, sr. Presidente?

Rapidamente, a ex-tagiária some através de um alçapão sob a escrivaninha presidencial.

PRESIDENTE BUSH (acendendo um cigarro): Isso o quê?

SUPERMAN: Francamente, sr. Presidente. Não bastasse o escândalo do Presidente Clinton, o senhor também!

PRESIDENTE BUSH: Eu tinha de saber o porquê!

SUPERMAN: TSK, TSK. Vamos ao que interessa, o mundo como conhecemos está em perigo.

PRESIDENTE BUSH (rindo): Porra, eu sei. Eu sou presidente dos EUA. Ha-ha-ha.

SUPERMAN: Não, sr. Presidente. Eu falo sério.

PRESIDENTE BUSH (rindo de se mijar): Ha-ha-ha. Eu também!

SUPERMAN: Acabei de desarticular uma célula operacional terrorista que estava prestes a detonar a protuberância vascular anal do Prefeito de Metrópolis.

PRESIDENTE BUSH: Não entendi porra nenhuma. Traduz.

SUPERMAN: Eles iam explodir a hemorróida do Prefeito de Metrópolis.

PRESIDENTE BUSH: Caramba! Eu não sabia que ele tinha hemorróida. Pensei que eu fosse o único.

SUPERMAN: Poupe-me este detalhes íntimos, sr. Presidente.

PRESIDENTE BUSH: E eles conseguiram?

SUPERMAN: Não, porquê EU, o Grande Herói Americano, capturei-os a tempo de impedir a concretização deste plano maquiavélico.

PRESIDENTE BUSH: Você não estudou muito, não é? Maquiavel é dos meus autores preferidos, depois do Sun-Tzu e do Mestre Delih.

SUPERMAN: Como eu estava dizendo, mais uma vez o mundo foi salvo pelo Superman e eu vim prevení-lo de que este grupo radical pretende atacar a Casa Bran...

Abruptamente um agente do governo irrompe na sala. É o agente especial Jack Bauer da Unidade de Contra-Terrorismo, UCT.



JACK BAUER: Assim não dá, sr. Presidente!

SUPERMAN: ?

PRESIDENTE BUSH: Jack Bauer!

SUPERMAN: Jack Bauer?

JACK BAUER: Pra você, AGENTE ESPECIAL JACK BAUER.

PRESIDENTE BUSH (rindo): Você está vivo, Jack! Eu pensei que você tinha morrido.

JACK BAUER: Ainda não foi nesta temporada, sr. Presidente. O que me trás aqui é que esse herói caquético conseguiu comprometer uma operação secreta da UCT e jogou dois anos de trabalho duro de infiltração na privada.

PRESIDENTE BUSH: Sério?

JACK BAUER: Depois da ação tática de hoje de manhã, eu seria apresentado ao líder da Cimitarra Negra. Mas o escoteiro de cuecão de couro vermelho melou tudo.

PRESIDENTE BUSH: Porra, filho, você só tá fazendo cagada, hoje, hein?

SUPERMAN: Mas, eu pensei...

JACK BAUER: "Pensei" o caralho! Porra, se você quisesse pensar, tinha estudado Filosofia e não Jornalismo! O negócio é o seguinte: cai fora antes que você atrapalhe mais a operação.

SUPERMAN: Sr. Presidente, eu rogo pelo seu discernimento neste imbroglio.

PRESIDENTE BUSH: Obrigado, filho. Mas eu não tô podendo comer massa.

SUPERMAN: Preciso da sua interferência para que o sr. coloque este agente federal no lugar dele.

PRESIDENTE BUSH: Sinto muito rapaz, mas as coisas mudaram nos últimos cinco anos. Foram anos difíceis: o Osama derrubou as Torres Gêmeas, um mutante invadiu a Casa Branca e quase me matou. E eu invadi o Iraque pra... pra... pra fazer o quê mesmo, Jack?

JACK BAUER: Pra vingar o povo americano, encontrar e matar o Osama e dar as cartas no cenário do petróleo mundial.

PRESIDENTE BUSH: É. Foi por isso.

JACK BAUER: Desculpe, sr. Presidente. O senhor esqueceu de dizer que tivemos cinco ameaças e eu precisei agir.

PRESIDENTE BUSH: Ah, é. E o Jack salvou o país cinco vezes.

Com cara de deboche, Jack Bauer estende a mão direita para Superman, fazendo o número cinco. Em seguida, ele vira a mão e mostra o dedo médio para Superman.

SUPERMAN (contrariado e tentando se justificar): Desculpe, sr. Presidente. Mas não foi esta a minha intenção quando deixei a Terra.

PRESIDENTE BUSH: Eu sei filho. Mas como eu disse, as coisas mudaram. Você vai ter que se adaptar e viver na encolha. Esse negócio de malha colante, capa vermelha e cueca por cima das calças chama muito a atenção. Hoje em dia a Política de Relações Exteriores Americana é feita na surdina, com roupas de ninja, night-vision e mísseis inteligentes.

SUPERMAN: Eu não esperava uma decepção dessas. É o fim de uma era de dedicação a pátria. Vou me recolher à minha insignificância.

Superman cabisbaixo sai pela janela, levanta vôo e logo some no céu estrelado de Washington.

JACK BAUER: A vida é deprimente... Em pensar que eu usava pijamas com o emblema dele quando criança.

PRESIDENTE BUSH: E você, filho, que vai fazer hoje à noite?

JACK BAUER: Não sei ainda, sr. Presidente. Acho que vou pedir uma pizza e assistir uns vídeos pra relaxar. Recebi um pacote de vídeos irados lá da prisão de Abu-Ghraib.

PRESIDENTE BUSH: Show!

JACK BAUER: O senhor deseja mais alguma coisa, Sr. Presidente?

PRESIDENTE BUSH (rindo): Não, Jack. Acho que a Mônica pode resolver o meu problema.

(Continua...)


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Direto d'O Dia online, 24/07/06:

Rio, 08:12
Bombeiros tentam resgatar pingüim em São Conrado
Abandonado pela esposa, animal ameaça se jogar da Pedra Bonita.

Rio, 10:13
Corpo de rapaz que caiu de prédio no Leblon continua no IML
Legistas estão aguardando vítima acordar para começar exame de corpo delito.

Mundo, 12:12
Avião com brasileiros que estavam no Líbano chega a São Paulo
Itamary promete enviar avião para retirar brasileiros da zona de conflito.

sábado, julho 22, 2006


"O Amargo da tua boca Doce" - O diário de Nando Playboyzinho
(Depoimento a Stuart Silva)


Capítulo 2 - A seita - Parte 3 de 3


Tomado pelo desespero, corri para a porta por onde entrara.

Descobri que ela estava trancada no mesmo instante em que avistei todo o grupo vindo em minha direção.

Deste momento em diante não me lembro direito o que aconteceu. Fui tomado por uma tonteira e o mundo à minha volta começou a girar. O grupo de repente se tornou uma multidão. Fui capturado por milhares de mãos e acho que apaguei por um tempo.

Acordei me afogando num líquido que acreditei ser a chuva dourada. Mas pelo gosto adocicado do final, percebi que era a mesma beberagem de antes. Levantei-me meio cambaleante. O mundo ainda girava com alguma velocidade.

Com o sinistro grupo geometricamente disposto à minha volta, notei que estava completamente nu e tinha o meu membro ereto. Num ato reflexo, tentei proteger minhas partes com as mãos. Foi quando senti uma forte explosão no meu púbis.

Incontrolavelmente, comecei a expelir em todas as direções o mais vasto jorro de urina de minha vida.

O grupo a minha frente foi ao delírio, gritando e se banhando loucamente na minha urina.

Eu, completamente fora de mim, naquele momento era só líquido, a forte correnteza de um rio que corria em direção ao mar para vazar numa pororoca irrefreável e absoluta.

Admito que foi um momento glorioso. Devo ter mijado por mais de dez minutos seguidos. Ao final, senti um alívio metafísico. As pessoas jogadas pelo chão ainda me reverenciavam, dizendo palavras incompreensíveis.

"Meu Deus! O que foi que eu fiz!". Caminhei decididamente até a porta e avisei o guia:

— Pra mim é o bastante. Se não quiser, não precisa me pagar. Mas eu vou embora daqui agora.

Ele olhou para a misteriosa mulher como que esperando seu consentimento ou autorização. Ela sorriu para mim e meneou a cabeça.

— Você está dispensado. Já pode partir.

E dizendo isso, o guia destrancou a porta.

Passamos os dois a ante-sala e, enquanto eu me vestia, ele colocou o meu pagamento sobre a mesinha de canto. Peguei o bolo de notas sem conferir e meti no bolso da calça.

— Até a próxima. — o homem disse.

Eu não respondi.

Logo, cheguei em casa e me deitei no sofá tentando organizar as idéias. Tentando entender o que tinha acontecido.

O telefone tocou.

Tocou várias vezes até que a secretária-eletrônica atendeu. Eu reconheci aquela voz rouca e sexy.

— Nando, aqui é a Luma. A agência está exigindo que todo mundo faça check-up. Sabe como é... você vai ter que fazer uns exames de rotina. Mas prometo que não vai doer. Tá marcado pra amanhã, ás oito, no laboratório Doutor Amoedo. Você vai fazer sangue e urina. Beijos, tchau.

Só podia ser piada.

(Fim)
Não perca na próxima terça-feira, mais um capítulo de "O Amargo da tua boca Doce" - O diário secreto de Nando Playboyzinho.

sexta-feira, julho 21, 2006

“Superman – O retorno” – A paródia oficial


Cena 5 – De pai para filho

CIDADE DE METRÓPOLIS - COBERTURA DE LOIS LANE - INT./DIA


Depois da sofrida experiência de recolocação profissional, Superman retorna para o apartamento de Lois Lane, como o insuspeito Clark Kent.
Lá, ele finalmente ele tem a chance de conversar com seu filho Past-El — Ops!, quero dizer, Clark Kent Jr que está jogando videogame.

CLARK: Olá, filho.

CLARK JR.: Falaí, pai.

CLARK: Puxa, filho, não esperava que você me chamasse de Pai.

CLARK JR.: Esperava o quê? Que o chamasse de Tio Clark? Essa história de óculos não engana nem um garotinho de cinco anos.

CLARK: Puxa, preciso rever meus conceitos.

Clark Jr. continua concentrado, jogando como se estivesse sozinho na sala.

CLARK: O que você está fazendo?

CLARK JR. (apertando freneticamente o controle): Salvando a galáxia de alienígenas hostis.

CLARK: Hum, gostei desse videogame.

CLARK JR. (apertando rapidamente o controle): Não é um videogame.

CLARK: Não? Então o que é?

CLARK JR.: É um megabox.

CLARK: Ah, um megabox... Megabox? O que é um megabox?

CLARK JR.: É difícil de explicar. É muito mais do que um videogame. É um misto TV de alta definição com 12 mil canais, DVD tridimensional, câmera e filmadora digital, Internet ultra-rápida, videofone, biblioteca virtual com acervo de 10 milhões de títulos, tradutor de todas as línguas da Terra e mais 1024 línguas e dialetos alienígenas, e, claro, uma superestação de entretenimento com todos jogos eletrônicos que já existiram.

CLARK: Santa Escócia! É realmente impressionante.

CLARK JR.: Ainda assim, o megabox é muito mais do que um produto, é uma experiência. Dizem que há um upgrade que permite fazer viagens no tempo, mas mamãe disse que eu não tenho idade pra isso.

CLARK: Sua mãe está certa, filho.

CLARK JR. (executando uma manobra de fazer inveja ao Neo): Ah, moleque!

CLARK: Pelos incas venusianos! Isto é mais difícil do que fugir das Masmorras Profundas de Apokólips!

CLARK JR.: HU56RFGH8989YVAWEEQA73717NAMSGT87HSAG62S000101010

CLARK: Hã?
CLARK JR.: HU56RFGH8989YVAWEEQA73717NAMSGT87HSAG62S000101010
CLARK: Ainda não entendi.

CLARK JR.: É o código para fazer cheat nas masmorras no Megabox.

CLARK: Shit?

CLARK JR. (explica impaciente): Não, cheat. Trapaça, pai.

CLARK (atônito): Trapaça? Meu filho trapaceando...

CLARK JR.: Como você acha que eu ganho sempre?

CLARK: Eu pensei que fosse pelo seu esforço, sua habilidade e, principalmente, pela defesa dos dos ideais mais nobres do Universo...

CLARK JR.: Ai, pára, pai. Tá me dando sono esse papo.

CLARK: Filho, acho que precisamos ter uma conversa séria sobre o você, seus dons e o que você significa para o futuro da Humanidade.

CLARK JR.: Pai, eu sou apenas um garoto de cinco anos.

CLARK: Mas é de pequeno que se torce o pepino.

...

CLARK: Filho?

...

CLARK: Garoto estranho...

(Continua...)
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quinta-feira, julho 20, 2006


"O Amargo da tua boca Doce" - O diário de Nando Playboyzinho
(Depoimento a Stuart Silva)


Capítulo 2 - A seita - Parte 2 de 3


Um fulgurante clarão vinha da porta que se abrira diante de mim.

Com o coração sacudindo mais do que o Mick Jagger num palco, adentrei a misteriosa sala.

O recinto revelou-se um grande salão regiamente ornado com a cor dourada. A iluminação provinha de velas douradas postadas do chão até o teto numa parede lateral. Enormes castiçais também dourados e com velas aromáticas estavam dispostos ao longo do salão. Ao fundo, notei um grupo de umas dez pessoas vestidas de hábito marrom. Elas estavam ajoelhadas umas ao lado da outras e entoavam algo que ora lembrava um mantra ora parecia uma oração. À frente do grupo, imóvel e sentada numa suntuosa cadeira de espaldar trabalhada em ouro, havia uma pessoa trajando um hábito dourado.

O guia permaneceu parado com a cabeça abaixada. Por conveniência, fiz o mesmo. A oração terminou. O grupo se levantou de maneira sincronizada como se fosse uma enorme lagarta e se separou, formando um círculo no meio do salão. A pessoa de hábito dourado continuava imóvel em seu trono.

O guia foi até uma mesa ao lado e trouxe uma grande taça dourada. Ele bebeu e depois a ofereceu para mim.

— Beba, vai ajudá-lo a relaxar e a purificar os seus pensamentos.

Com a garganta seca e tomado pelo nervosismo, bebi um longo gole da bebida. Era um chá amargo que deixava um agradável adocidado no final. Bebi mais um gole e outro. Bebi quase a taça toda.

De súbito, uma das pessoas do grupo sacou uma pequena trombeta e tocou-a solenemente.

— Que comecem os trabalhos. — uma voz masculina falou.

Neste momento, um som de tambor tocado num ritmo tribal invadiu o ambiente. Todos os presentes imediatamente tiraram seus hábitos e, nus, começaram a dançar sensualmente como que hipnotizados.

Contei dez mulheres maravilhosas e um homem. “Matei a charada”, eu pensei alegremente. “Episódio de hoje: Suruba”. A dança continuava no ritmo frenético e contagiante do tambor.

A idéia da suruba me excitou. Até aquele dia, eu nunca havia participado de uma suruba que envolvesse mais de duas pessoas (contando comigo, inclusive). “Vou me esbaldar”. Num reflexo, tive uma ereção e sob o meu hábito surgiu um volume animalesco.

— Calma, irmão. A sua hora vai chegar. Tenha temperança. — o guia disse.

O único homem do grupo deitou-se no chão com o topo da cabeça virado em nossa direção. As mulheres continuavam a dançar em círculo em torno dele.

Neste momento, a pessoa no trono levantou-se e tirou o hábito. O som e a dança pararam imediatamente.

A visão era quase divina. Uma mulher alta, de beleza exuberante e com longos cabelos loiros. Usava um sexy corpete dourado e sobre sua face havia uma sinistra máscara também dourada. Ela caminhou magistralmente até o centro da formação. E começou a dançar como uma odalisca das mil e uma noites, fazendo um strip-tease de dar inveja a Demi Moore.

A última peça de roupa, uma minúscula calcinha de lacinho, foi retirada quando a mítica mulher estava posicionada sobre a cabeça do homem deitado no chão.

Suas pernas bem torneadas, rigidamente estiradas, formaram com o chão um perfeito triângulo eqüilátero. A intensa luminosidade do ambiente atravessou a ocasional figura geométrica. Reconheci, então, o emblema que vira momentos antes bordado no hábito do meu guia.

Num momento de rara magia, do mais alto vértice do triângulo dourado jorrou uma mijada espetacular.

O jorro colossal desceu vigorosamente como se fosse uma cachoeira sobre o rosto do homem estendido no chão que tremia e se debatia em completo transe. As mulheres à volta dançavam de mãos dadas e cantavam aparentemente também em transe.

Depois de alguns tempo que pareceu uma eternidade, o jorro cessou. Uma última gota ainda caiu e a mulher balançou os quadris num arrepio reflexo. As mulheres extasiadas caíram ao chão.

“Meu Deus! Eles devem ser os Adoradores da Chuva Dourada”, pensei. Um amigo havia me falado há um tempo atrás desse bizarro grupo mas eu não o havia levado a sério. Agora, eu tentava imaginar como podia me safar daquela louca situação.

Para piorar as coisas, a misteriosa mulher apontou o dedo em minha direção.

— A sua hora chegou.— o guia ao meu lado disse.

(Continua...)
Não perca no sábado, o desfecho desta emociante aventura de Nando Playboyzinho.

quarta-feira, julho 19, 2006

“Superman – O retorno” – A paródia oficial


Cena 4 – O retorno ao trabalho

CIDADE DE METRÓPOLIS – PLANETA DIÁRIO - RECEPÇÃO - INT./DIA


Após regressar de uma busca sideral que durou cinco anos, Superman está tentando recolocar sua vida no eixo.
Percebendo que esse negócio de salvar o mundo não enche barriga, o glorioso herói resolve retornar ao seu antigo emprego.


Chegando a portaria do Planeta Diário como Clark Kent, ele se surpreende com as catracas eletrônicas e dirige-se à mesa da recepcionista.

RECEPCIONISTA: Posso ajudá-lo, senhor?

CLARK KENT: Pode. O meu nome é Clark Kent, eu sou repórter e trabalho aqui no Planeta Diário.

RECEPCIONISTA: O senhor e mais quatrocentos e cinqüenta funcionários. O senhor não tem um cartão?

CLARK KENT: Você quer o Mastercard ou o VISA?

“Meu Deus, que idiota!”, pensa a recepcionista. “Deve ser um novato”.

RECEPCIONISTA: Quero dizer, um cartão eletrônico de identificação. Para inserir na catraca e liberar o seu acesso.

CLARK KENT: Ah, esse eu não tenho.

RECEPCIONISTA: Então, aguarde um momento que eu vou verificar seus dados no computador.

CLARK KENT (olhando em volta): Catraca, cartão, computador... TSK! As coisas mudaram um pouco por aqui desde que parti.

Alguns instantes depois, a recepcionista encontra a ficha funcional de Clark Kent.

RECEPCIONISTA: Achei sua ficha. Aqui no computador acusa que o senhor foi demitido por justa causa há quatro anos e seis meses. Considerado como “ABANDONO DE EMPREGO”.

CLARK KENT: Abandono de emprego?

RECEPCIONISTA (com medo): O senhor não esteve preso? Esteve?

CLARK KENT: Eu, preso?!

RECEPCIONISTA: Ah, deixa para lá. O senhor deseja uma autorização para ir ao RH da empresa?

CLARK KENT: Seria ótimo.


CORTA para


CIDADE DE METRÓPOLIS – PLANETA DIÁRIO - DEPENDÊNCIAS - INT./DIA

Clark Kent está perdido num corredor interno do Planeta Diário. Uma estagiária gostosa passa por ele

CLARK KENT: Por favor, uma informação...

A gostosa o ignora e vai embora.

CLARK KENT (pensando alto): Por quê as mulheres gostosas sempre me desprezam quando sou o Clark?

Outro funcionário passa por ele.

CLARK KENT: Amigo, por favor...

FUNCIONÁRIO (mascando um chiclete): "Amigo de cu é rola". Falaí, mané.

CLARK KENT: Como eu faço para falar com o editor-chefe?

FUNCIONÁRIO: 'Cê tem certeza do que 'cê tá falando? 'Cê quer mermo falar com o Jameson?

CLARK KENT: Jameson? Mas o que aconteceu com Perry White?

FUNCIONÁRIO: Perry White? Esse aí dançou há uns três anos quando rolou uma puta reengenharia aqui na empresa.

CLARK KENT (pasmo): Meu Deus. E para onde ele foi?

FUNCIONÁRIO: Ouvi dizer que foi pro Brasil, pra editar uma revista de fofocas de Celebridades.

CLARK KENT: Puxa, Perry foi ao fundo do poço.

FUNCIONÁRIO: Você ainda quer falar com o Jameson?

CLARK KENT: Quero sim.

FUNCIONÁRIO: Então vai ser por sua conta e risco. Pega o elevador aí no final do corredor e sobe até o último andar.

Com muito custo, Clark consegue chegar até a sala do novo editor-chefe do Planeta Diário, J. J. Jameson, um notório filha-da-puta. Clark Kent dirige-se à secretária.

CLARK KENT: Eu gostaria de falar com o Senhor Jameson.


SECRETÁRIA: Tem certeza do que você está falando?

CLARK KENT: Tenho.

SECRETÁRIA (olhando pela fresta da porta): Então vai, aproveita que ele está gritando no telefone e entra agora.

CLARK KENT (cheio de cerimônias): Com licença, Senhor Jameson.

J.J. JAMESON: PUTA-QUE-PARIU!!! ASSIM VOCÊ VAI FODER A PORRA TODA, CARALHO!!!

Clark olha para o teto, assoviando e finge não estar ouvindo a conversa. Jameson nota a sua presença.

J.J. JAMESON: Ei, quem deixou você entrar? Quem é você?

Jameson volta a berrar palavrões no telefone e não ouve Clark se apresentar numa voz tímida.

CLARK KENT: Eu sou Clark Kent, repór...

J.J. JAMESON (batendo o telefone): VAI TOMAR NO CU, SEU VIADO!!!

Jameson olha de novo para Clark.

CLARK KENT: Como eu disse: meu nome é Clark Kent, eu sou repórter e...

J.J. JAMESON: E o meu nome é J.J. JAMESON, EDITOR-CHEFE, e até aí morreu o Neves!


CLARK KENT: Eu gostaria de falar sobre a minha vaga...

J.J. JAMESON: Vaga?

CLARK KENT: A minha vaga de repórter...

J.J. JAMESON: Você pensou que podia ir invadindo a minha sala e, na maior cara-de-pau, me pedir um emprego de repórter?

CLARK KENT: Na verdade, eu achei que sim.

J.J. JAMESON: Eu admiro a sua ingenuidade.

CLARK KENT: Na verdade como eu já trabalhei aqui antes, eu pensei que o senhor podia me dar uma oportunidade novamente...

J.J. JAMESON: Dane-se que já trabalhou aqui. Para mim só importa o presente. Você faz o quê?

CLARK KENT: É que sou repórter e...

J.J. JAMESON: E você achou que isso bastava para ficar com a vaga? Hoje em dia qualquer um se forma numa faculdade na primeira esquina e sai por aí dizendo que é repórter. O que você sabe fazer?

CLARK KENT: Ora, reportagens, matérias, etc.

J.J. JAMESON: Você colabora para algum site?

CLARK KENT: Site?

J.J. JAMESON: Não acredito! Tem um blog?

CLARK KENT: Blog?

J.J. JAMESON: Porra! Está ficando difícil. Tem Orkut?

CLARK KENT: Iogurte?

J.J. JAMESON: Orkut, caralho! Agora é o golpe final: você tem e-mail?

CLARK KENT: Não, mas eu tenho uma caixa postal aqui em Metrópolis.

J.J. JAMESON: Você está fora! Não há a menor chance de você ficar com a vaga.

CLARK KENT: Mas, senhor Jameson...

J.J. JAMESON: Garoto, não me leve a mal, mas você não sabe porra nenhuma. Você não sabe o que é site, não sabe o que é blog, não tem Orkut nem e-mail. Você veio de onde? Marte?

CLARK KENT: Beta Centauro, setor 745EH.

J.J. JAMESON: O quê?

CLARK KENT: Nada, só pensei alto...

J.J. JAMESON: Vou te dar uma outra chance: estou precisando de um fotógrafo pra ontem. O fotógrafo do jornal, o viadinho do Peter Parker, anda meio sumido ultimamente. Você sabe tirar fotos?

CLARK KENT: Bom, acho que sei.

J. J. JAMESON: Então, segura aí essa câmera e me volte em duas horas com umas fotos do Homem-aranha caindo na porrada com algum vilão. Precisamos turbinar a vendagem do Planeta Diário.

CLARK KENT: Isso aqui é uma câmera?

J. J. JAMESON: Porra, é uma câmera digital!

CLARK KENT: Caramba, parece até uma mini-TV. Sinto muito, Senhor Jameson, mas desta aqui eu sinceramente não sei operar.

J. J. JAMESON: Aí é foda mesmo. Não vai ter como eu te ajudar.

CLARK KENT (cabisbaixo): Tudo bem, eu entendo. Adeus.

J.J. JAMESON: Espere aí, garoto. Não sei porquê, gostei de você. Embora você não esteja qualificado para a vaga de repórter nem para a de fotógrafo, eu tenho uma outra oportunidade para você. É um serviço duro porém honesto, lá embaixo na gráfica. Não é muito, mas é tudo que eu posso arranjar.

CLARK KENT: Eu agradeço pela chance, Senhor Jameson. Não vou decepcioná-lo.

J.J. JAMESON: Passe lá no RH e fale com o Vieira, um coroa de cabelos brancos. Diga que eu o mandei.

CLARK KENT: Obrigado mais uma vez, Senhor Jameson.
Clark Kent sai da sala.

J.J. JAMESON (falando sozinho): Onde será que se meteu aquele viadinho do Parker?

(Continua...)
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Deu no O GLOBO, hoje, 19/07/06:


12h34m - Rio
Prefeitura voltará a aplicar multas por excesso de velocidade Associação dos Ejaculadores Precoces promete impetrar mandado de segurança contra a medida.

12h35m - Rio
Fernandinho Beira-Mar é transferido para presídio federal no Paraná.
O presidiário promete divulgar até sexta a resenha do novo resort.

12h44m - Eleições
Em reunião com Lula, prefeitos lançam movimento "Eu também não vi nada" visando a reeleição.

12h49m - Tédio no Julgamento
Suzane lixa unhas enquanto promotor espreme Cravinhos.

terça-feira, julho 18, 2006


"O Amargo da tua boca Doce" - O diário de Nando Playboyzinho
(Depoimento a Stuart Silva)

Capítulo 2 - A seita - Parte 1 de 3

Sexta, 18 de março de 2005.

O meu nome é Nando Playboyzinho e eu sou um garoto de programa. Garoto de programa o, risco a expressão no meu diário. Scort-boy soa bem melhor. Definições à parte, o que todo mundo acha é que quem está nessa profissão tem a vida fácil.

No começo, eu também pensava assim. Ganhar dinheiro transando. Muito dinheiro. Quem não gostaria duma vida dessas? Cada dia uma cliente nova, um cenário diferente e um monte de dinheiro. “Não dá pra sentir tédio numa profissão dessas”, era o que eu pensava. E achava que ia me dar bem.

Era um dia nublado e o endereço me levou a um antigo casarão em Santa Teresa. O lugar era estranho, soturno, tipo locação de filme de terror de baixo orçamento.

Fechei os olhos e, fazendo a imaginária roleta girar, toquei a campainha apreensivo.

Nada.

Insisti, tocando mais duas vezes.

Nada, de novo.

Quando ia tocar pela quarta vez, um bicho deu um rasante sobre minha cabeça e me assustou. Instintivamente me virei, tentando ver o que era. “Acho que foi uma coruja”, pensei quando ouvi uma voz estranha pronunciar meu nome.

— Nando Playboyzinho?

Senti um calafrio. Virei-me e vi um sujeito alto e forte, vestindo um hábito marrom-escuro com a cabeça coberta por um capuz que deixava à mostra apenas o lábio inferior e um pedaço do queixo. No hábito, na altura do peito, havia um símbolo bordado em dourado (talvez um triângulo) que não consegui identificar direito. "Acho que eu vim parar dentro d' O Código da Vinci". Por um segundo, imaginei o irmão Silas vestido de crupiê de cassino paraguaio rindo diabolicamente e recolhendo todas as minha fichas.

— Nando Playboyzinho? — ele repetiu com a mesma entonação anterior.

— "Satisfação sexual delivery", para senhoras. — adverti, tentando me sustentar em alguma coisa.

Ele pareceu ignorar o que eu dissera.

— Sua presença é aguardada. Siga-me, por favor. Eu serei seu guia.

Segui o sujeito como ele ordenou. O portão fechou atrás de mim fazendo um barulho sinistro. De repente, tive a impressão que o dia ficou mais nublado. Talvez fosse só impressão, dada a variedade de plantas que ornavam o jardim em torno do casarão.

Entramos na casa em silêncio.

No hall, o guia abriu a porta para uma ante-sala muito escura. Adentrei-a, tateando as paredes e minha perna direita logo descobriu uma pesada cadeira colocada no meio do caminho. O homem acendeu as velas de um castiçal trabalhado em madrepérola.

Esfregando a canela, finalmente pude olhar a sala. Pequena, abafada e com poucos móveis: duas cadeiras antigas de espaldar (uma das quais eu já fora apresentado) e uma mesinha de canto. As paredes tinham ganchos com roupas penduradas. Parecia um vestíbulo.

— Você seguiu as instruções conforme previamente acordado?

Acenei que sim com a cabeça. A cliente que me contratara havia feito recomendações expressas sobre a minha preparação para o encontro. As exigências incluíam que eu depilasse minhas partes íntimas, tomasse um banho de pétalas de rosas brancas e, com doze horas de antecedência, bebesse apenas água. “Que fetiche!”, eu pensei quando desliguei o telefone. “Mas se vai pagar o triplo, pra mim tudo bem”.

— Tire suas roupas, por favor e vista este hábito. — o guia falou.

— Tudo bem. — eu disse enquanto tirava minhas roupas.

— E ao final, amarre este cordão na cintura. — ele apontou um cordão de linho cru sobre a cadeira à minha frente.

De cueca, comecei a vestir o hábito.

— Todas as roupas. Inclusive a peça íntima. — destacou.

Pensei no dinheiro e arranquei meu último vínculo com o mundo real.

Terminei de vestir o hábito e passei o cordão na cintura. Sei lá o porquê, tentei dar o nó mais simétrico possível.

— Venha.

O guia disse enquanto abria a porta para uma sala intensamente iluminada da qual escapava um cântico solene.

— É chegada a hora da cerimônia.


(Continua...)
Não perca na próxima quinta-feira a continuação desta surpreendente aventura de Nando Playboyzinho.

segunda-feira, julho 17, 2006

“Superman – O retorno” – A paródia oficial


Cena 3 – A revelação

CIDADE DE METRÓPOLIS - COBERTURA DE LOIS LANE - INT./NOITE

Superman volta ao apartamento de cobertura de Lois Lane.

Quando ele passa pela porta dupla de vidro temperado, Lois grita da cozinha.

LOIS: Tire essas botas imundas antes de entrar, caubói. Tá pensando que eu sou o quê? Sua empregadinha?

SUPERMAN: OK, Lois. Não precisa falar mais.

CORTA para logo depois, na cozinha.

SUPERMAN (pegando um copo d’água na geladeira): Como você sabia que era eu?

LOIS: Você é muito barulhento.

SUPERMAN: Ah, não. Você também? É a segunda vez que eu ouço isso hoje. O Batman falou a mesma coisa.

LOIS: Você andou se encontrando de novo com aquele morcego pedófilo?

SUPERMAN: Lois...

LOIS: O quê?

SUPERMAN: Você não tem provas para duvidar da sexualidade dele...

LOIS: Provas? Será que três garotos-prodígios não bastam?

SUPERMAN: Lois, você está sendo preconceituosa.

LOIS: Me poupe, Clark. Só você não quer ver: aquilo é uma bichona!

SUPERMAN: Lois...

LOIS: Tá bom. Outra chance: você já viu ele com alguma mulher?

SUPERMAN: Bom, teve uma vez com a Mulher-gato...

LOIS: Ah, essa não conta. Ela só vivia no cio. Ainda assim ele não pegou.

SUPERMAN: Pensando bem, teve aquela vez com a Mulher-maravilha...

LOIS: Aquela piranha não vale! Amazona destruidora de lares! Ela não podia ver um herói de malha colante que já dava mole. O nome já diz tudo: Ama-zona! Até você, Clark, o cara mais travado pra mulher que conheço pegou ela!

SUPERMAN: Lois, eu não vou discutir o meu passado novamente. Mudando de assunto, quem é o menino brincando lá na sala?

LOIS: Você não percebeu? É o nosso filho.

SUPERMAN: Nosso filho?! Você não me disse nada, Lois.

LOIS: E precisava? Você não reparou que ele tem um pega-rapaz igual ao seu?

SUPERMAN: Meu filho! E como ele se chama?

LOIS: Pastel.

SUPERMAN: Past-El? Mas não havíamos combinado de chamá-lo de Clark Kent Jr.?

LOIS: Sim. É o nome dele.

SUPERMAN: Mas porquê, então, você o chama de Past-El?

LOIS: É o apelido dele na escola. Pegou tanto que até eu me esqueço e o chamo assim. Tudo por causa da mania de usar a cueca por cima das calças igual a você. Tudo culpa sua, Clark!

SUPERMAN: Realmente não há condições de termos um diálogo civilizado. Tô caindo fora.

LOIS: Nem pensar! Desta vez você vai ficar e ouvir tudo que eu tenho pra dizer.

Uma brisa suave agita as cortinas da janela da cozinha.

LOIS: Clark?!

...

LOIS: Morcego desgraçado!

(Continua...)
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sexta-feira, julho 14, 2006

“Superman – O retorno” – A paródia oficial


Cena 2 – Melhores do mundo

GOTHAM CITY - ALTO DE UM PRÉDIO - EXT./NOITE

Imóvel, Batman observa a cidade abaixo dele. Superman pousa silenciosamente às suas costas.

BATMAN: Fala aí, Clark.

SUPERMAN: Bruce? Como me ouviu?

BATMAN: Você é muito barulhento.

SUPERMAN: Droga, assim não dá! Não sei como você consegue.

BATMAN: Segredos do morcego.

SUPERMAN: Humpf.

BATMAN: Algum problema?


SUPERMAN: Sim, dos grandes.

BATMAN: Luthor?

SUPERMAN: Não. Tá frio.

BATMAN: Invasão alienígena?

SUPERMAN: Frio ainda.

BATMAN: Brainiac?

SUPERMAN: Congelou.

BATMAN: Já sei: Mr. Freeze!

SUPERMAN: Errou de novo. Desiste?

BATMAN (contrariado): OK.

SUPERMAN: É a Lois.

BATMAN: Ih, fodeu.

SUPERMAN: Não faz nem duas horas que retornei da imensidão do cosmos e ela já quer discutir a relação e blá-blá-blá...

BATMAN: É por isso que eu nunca casei.

SUPERMAN: Eu pensei que dar um tempo fosse uma maneira eficaz para salvar o nosso casamento do desgaste.

BATMAN: E funcionou?

SUPERMAN: Tanto quanto um míssil no meu peito.

BATMAN: Você tem culhões de aço pra aturar essa pequena.

SUPERMAN: Só eu sei como é. Às vezes, quase me arrependo de tê-la salvo com aquele truque de fazer a Terra girar ao contrário.

BATMAN: Você ainda PODE fazer o tempo voltar atrás a qualquer instante.

SUPERMAN: É, POSSO.

BATMAN: E porquê não faz?

SUPERMAN: Ah, isso iria bagunçar toda a minha cronologia, Bruce.

...

SUPERMAN: Bruce?

...

SUPERMAN: Droga, de novo!

Num prédio a dois quarteirões dali, a intensa luz do bat-sinal rasga o céu de Gotham.

SUPERMAN: Acho que eu devia comprar um desses pra mim.

(Continua...)
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quinta-feira, julho 13, 2006


"O Amargo da tua boca Doce" - O diário de Nando Playboyzinho
(Depoimento a Stuart Silva)


Capítulo 1 - Uma transa do outro mundo - Parte 2 de 2


Senti um calafrio subir pela a minha espinha.

— Caboclo Zezão?

A cliente me olhava completamente transtornada.

— Intão foi sunsê, mizifíu? Quê que sunsê qué do cabôco Zezão?

Parecia uma piada. Mas logo vi que era só azar de principiante.

A mulher prosseguiu:

— Quê sunsê tava fazendo com cabôco?

Ela olhou pro seu corpo e percebeu que não estava nua graças à pequena peça de lingerie.

— Sunsê tava fazendo safadeza com cabôco! — gritou.

Fiquei imóvel e mudo.

— Fala, fíu duma que ronca-e-fuça! Fala qui se fêiz cum cabôco! — continuava a gritar.

— Não é nada disso que você tá pensando...

A cliente partiu pra cima de mim com decisão.

Escapei pro outro canto do quarto, saltando por cima da cama. Meu pé escorregou no lençol de seda e bati a cabeça no abajur.

— Sunsê abusô do cabôco! Agora o cabôco Zezão vai abusá de sunsê.

Ela alcançou a base que sobrou do abajur e só então notei que ele tinha o formato de um consolo. E dos grandes.

Rastejei pra debaixo da mesa de granito.

— Cabôco qué vingança! Cabôco Zezão vai infiá essa lança em sunsê, disgramado.

Ela correu em minha direção. Num ato desesperado, mergulhei por entre suas pernas. A mulher bateu com a cabeça na mesa com toda força e desmaiou.

Deitei-me aliviado, tentando recuperar o fôlego.

Alguns minutos depois, levantei-me com dificuldade. “Isso só acontece comigo”, pensei enquanto rapidamente me vestia. “Vou cair fora daqui o quanto antes.”

Carreguei a cliente desacordada e coloquei-a sobre a cama.

Fui até a porta quando lembrei de minha remuneração. Voltei e peguei as duas notas. Dei uma última olhada para a cliente. Resolvi deixar um bilhete: “Sinto muito. Mas não posso deixar de cobrar pelo serviço. É uma norma da agência.”

Dei um passo em direção à porta e ouvi a cliente soltar um sonoro peido. “Agora o caboclo subiu”, falei rindo.

Saí do motel e parti veloz com a moto. “Que doideira”.

Com o vento batendo em meus cabelos, lembrei-me de uma música que ouvi outro dia na rádio: “A vida é uma peça que te pregam / Muito mais que teus medos enxergam”.

Engraçado. Às vezes, é o inverso, parece que a vida quer pregar uma peça nas pregas da gente.

Mas nas minhas, não.

(Fim)

Não perca na próxima terça-feira, o segundo capítulo de "O Amargo da tua boca Doce", mais uma inusitada aventura de Nando Playboyzinho.

quarta-feira, julho 12, 2006

“Superman – O retorno” – A paródia oficial


Cena 1 – O retorno

CIDADE DE METRÓPOLIS - COBERTURA DE LOIS LANE - EXT./CREPÚSCULO

FADE IN.
O sol se põe no horizonte repleto de prédios de Metrópolis. Lois Lane, debruçada no parapeito da varanda de sua cobertura, olha saudosa para o céu. Faz cinco anos que Superman deixou a Terra, partindo para uma longa busca nos confins do universo.

LOIS: Ah, Clark, já faz tanto tempo... Queria tanto que você estivesse aqui do meu lado...

Neste momento um ponto azul surge no céu. Ele se aproxima velozmente. Será um pássaro? Um avião?
Não, é o Superman!

Numa fração de segundo, ele já está flutuando acima da cabeça de Lois que o olha extasiada como da primeira vez. Superman desce majestosamente com o braço levantado, a capa balançando levemente com a brisa do fim da tarde.

SUPERMAN: Olá, Lois.

Lois leva as mãos ao peito e suspira:

LOIS: Clark, você voltou!

A noite cai e Superman abraça Lois. Os dois flutuam num breve balé aéreo.

SUPERMAN: Senti saudade do teu feijão...

LOIS: Ah, Clark.

SUPERMAN: ... e dessa costelinha também.

Mais rápido que uma bala, Superman agarra Lois e começa a encoxá-la. Lois sente um super-volume crescendo na parte posterior das suas coxas. De súbito, ela empurra o herói para longe de si.

LOIS: Escuta aqui, sujeito: você está pensando o quê, hein?

SUPERMAN: ?

LOIS: Você some por cinco anos, não dá notícias e, de repente, volta e sem me dar qualquer explicação ou um beijo na boca, vai logo me agarrando, pensando que isso aqui é o quê? A casa da mãe Joana?

SUPERMAN: Desculpe, Lois. É que tanto tempo fora me deixou com um Super-tesão.

LOIS: Super-tesão? Era só o que me faltava!

SUPERMAN: Mas, Lois...

LOIS (com o dedo em riste): Calado! Agora você vai ouvir umas verdades, cidadão.

Superman obedece, com medo de Lois se estourar ainda mais.

LOIS: Você nunca esteve comprometido com as minhas necessidades emocionais, Clark. Sempre bancando o escoteiro de collant azul. Com essa sua obsessão de salvar o mundo a toda hora.

SUPERMAN: Lois...

LOIS: Eu também fico carente, sabia?

SUPERMAN: Lois...

LOIS: Eu também preciso ser salva, sabia?

Como um cataclisma cósmico, Lois começa a despejar todos os problemas e as frustrações dos últimos cinco anos. Ela fala tão rápido que nem mesmo com sua super-audição e seu super-raciocínio o Homem-de-aço consegue acompanhar o seu fluxo de idéias. Feito chuva de verão, Lois segue baixando o barraco ladeira abaixo.

Superman começa a sentir falta de ar. Uma pontada forte explode em seu peito.

SUPERMAN: Chega! Prefiro encarar vilões do que ficar ouvindo esta ladainha deprimente. Fui, hein!

LOIS: Vê se, pelo menos, joga o lixo fora. Kryptoniano inútil!

Superman decola rapidamente deixando no céu um borrão azul.

LOIS (falando sozinha): Onde eu estava com a cabeça quando me apaixonei por uma cara que vive nas nuvens e passa o tempo combatendo alienígenas e outros seres bizarros?

(Continua...)
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terça-feira, julho 11, 2006

Finalmente:


"O Amargo da tua boca Doce" - O diário de Nando Playboyzinho
(Depoimento a Stuart Silva)


Capítulo 1 - Uma transa do outro mundo - Parte 1 de 2


Segunda, 7 de março de 2005.

"Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo
De amargo então salgado ficou doce"
(Renato Russo
)


Todo garoto de vinte e poucos anos como eu tem um sonho na vida.

Apesar de meu pai achar que não, eu também tenho um sonho. Um grande sonho.

Um EcoSport. Todo prata. Rodas cromadas. Faróis de neblina. Som com MP3. Navegação por GPS. E zero quilômetro, claro.

É por causa desse sonho que eu estou aí na pista. Correndo na frente, lutando pra chegar lá. Pra ser alguém na vida.

Eu tenho 22 anos. O meu nome é Fernando. Pros mais íntimos, sou Nando.

Dei a sorte de nascer numa família de grana. Eu sei que fui um privilegiado: estudei a vida toda no São Bento e tive inglês, alemão, férias na Disney, natação, futebol e tênis. Todos da Nike. Mas tudo que aprendi na vida veio das ruas de Copacabana, onde moro desde que nasci.

Eu não gosto de misturar vida pessoal com trabalho. Por isso, uso o codinome Nando Playboyzinho, o dispositivo sexual mais quente do mercado.

É, como você já percebeu, eu sou Scort-boy. E tenho orgulho disso. "Satisfação sexual delivery". É como me apresento. É só ligar que estou lá. Ou aí, se você preferir. Por um módico investimento, te levo às portas do paraíso. E por um pequeno adicional, te deixo entrar.

Quanto a minha recompensa material, eu sempre digo pra minhas clientes que é um investimento. Para a realização das necessidades existenciais delas. Para a realização do sonho de um garoto agora carente como eu.

É o meu sonho que me faz sair da cama todos os dias. Como hoje, quando o endereço me levou até um motel na Barra.

Cheguei na recepção e dei o número do apartamento. Logo uma atendente gostosa me conduziu até lá.

Toquei a campainha. É sempre nessa hora que o meu coração dispara. Fico naquele suspense de roleta de cassino girando. Girando. Do tambor do revólver girando. Girando. Às vezes acerto na cabeça, noutras me suicido.

A porta se abriu.

Era uma suíte grande e requintada. A cliente até que dava pro gasto. Nem muito velha, nem muito gostosa. E o mais importante: usando jóias e um perfume que o meu suor não poderia comprar tão cedo.

— Nando?

"Satisfação sexual delivery" ao seu dispor.

Ela riu:

— Bonito e espirituoso. Você é melhor do que eu esperava.

Agarrei-a vigorosamente e lasquei-lhe um beijo de língua que a deixou sem fôlego. Ao final do beijo, senti um gostinho de cigarro disfarçado pelo suco de abacaxi com hortelã.

Ela me ofereceu uma taça de champanhe que já estava servida sobre uma mesa de granito. Ao lado da garrafa e da outra taça, notei um molho de chaves, um celular minúsculo e uma gorda carteira pousada sobre duas notas de cem. Precavida, pensei.

Bebi só um gole do champanhe. Eu nunca desagrado uma cliente. Mas não gosto de perder o controle. Na minha profissão, isto pode ser fatal.

Larguei a taça sobre a mesa. Puxei a mulher pela mão como num tango.

Sua testa chocou-se contra o meu queixo.

Pedi desculpas e chupei-lhe os lábios. Ela soltou um gemido.

Continuei mantendo a pressão.

— Ai, Nando... assim... assim...

Arranquei as roupas dela e, como de praxe, comecei a mentir:

— Gostosa...

— Ai, vai, Nando... continua...

Fiquei só de cueca e menti mais:

— Tesuda...

— Morde meu pescoço, vai...

Mordi com força o pescoço dela e a encoxei por trás, o suficiente para tirá-la do sério. Ela gemeu e, virando-se, me empurrou com mais força do que uma mulher seria capaz de fazer.

Perdi o equilíbrio e caí de bunda no chão.

A cliente começou a girar diversas vezes pelo quarto. Girou, girou, girou tanto que fiquei tonto só de ver. De repente, parou e se colocou de pé sem sequer vacilar. Arqueou as costas e falou com uma voz estranha:

— Ê-ê! Quem é qui chamô, cabôco Zezão?


(Continua...)
Confira na próxima quinta-feira o desfecho desta aventura de Nando Playboyzinho.

segunda-feira, julho 10, 2006


Dr. KaradSex esclarece suas dúvidas (karadsex@hotmail.com)

Este espaço é dedicado a esclarecer dúvidas dos leitores acerca da natureza afetiva-sexual dos relacionamentos. A opinião aqui difundida é de única e exclusiva responsabilidade do Dr. KaradSex.

Carta nº 1:
Prezado Dr. Karadsex,
Estou com um problema grave! Minha mãe sempre disse que se eu me masturbasse muito iam crescer pelos na minha mão. Semana passada fiz uma endoscopia de rotina, pois tenho gastrite crônica, e descobri que sofro de uma anomalia, Dr. KaradSex! Os pelos nasceram no lugar errado: dentro de meu estômago! Estou desesperado, sabendo que há algo crescendo dentro de mim. Preciso de ajuda.
Daniel Melenas,
por email.

Resposta do Dr. Karadsex:
Prezado Sr. Melenas,
O seu caso é clinicamente improvável. Não há nenhum registro até hoje de pelos crescendo na flora estomacal. Vamos conservar de homem para homem: o senhor andou chupando umas bucetinhas e está com vergonha de contar para a mamãe, não é? Para o seu caso, recomendo a leitura do livro de auto-ajuda "Como contar para mamãe que gosto de cunilíngua", de Jude Lesbos. Com relação a peruquinha que já se formou, não se preocupe. Com o tempo o seu organismo eliminarás os pelos naturalmemte. Dia desses você sentirá um leve pigarro. E logo a seguir, tal qual um gatinho, você regurgitará uma linda bola de pelos. Pubianos, pode apostar. Não precisa ter vergonha, pode continuar caindo de boca. Boa sorte e mande notícias.
Dr. KaradSex.
Carta nº 2:
Prezado Dr. Karadsex,
Sou eu de novo. Apliquei a técnica conforme o sr. recomendou. Realmente funciona. Contudo, ontem, diante de mais uma ereção súbita e inapropriada durante uma apresentação de um projeto sob minha responsabilidade no trabalho, corri para o banheiro e, tomado pelo desespero e pela vergonha, apliquei a asfixia peniana. Só que desta vez ocorreu um fato inédito: o meu pau foi ficando cada vez mais roxo e começou a arfar tal qual um cão moribundo. Fiquei assustado com aquilo, interrompendo imediatamente a operação. O meu pau roxo, quase preto, arfava e tossia. No desespero, apliquei uma respiração boca-a-boca nele e pra minha surpresa ele voltou a si (na verdade, ficou até bem animadinho). Agora, tenho uma dúvida, será que por feito um auto-boquete devo me considerar gay?
Bruno Pavão,
meio envergonhado,
por email.

Resposta do Dr. Karadsex:
Prezado Sr. Pavão,
Antes de mais nada: o sr. é contorcionista? Se a resposta for não, está aí um ramo profissional que o sr. não deveria desprezar. De toda forma, ainda estupefato pelo acidente que lhe acometeu, tenho a lhe dizer o seguinte: estamos no século 21, num mundo vasto, globalizado, onde diversas tribos estão surgindo para descobrir o seu espaço. Assim, não se sinta deprimido caso você tenha descoberto a sua real natureza. Viva sua vida ao máximo, mesmo que o máximo que você consiga agüentar seja 15 segundos na potência máxima. Agora, eu que fiquei com uma dúvida: você cuspiu ou engoliu? Por favor, não responda. Isso é problema de foro (furo?) particular. De qualquer maneira, O sr. está de alta. É um homem curado. Não precisa mais mandar notícias. Boa sorte.
Dr. KaradSex.

domingo, julho 09, 2006

Momento Rebola Inesquecível

Ver a Itália derrotar a França em final espetacular disputada até o último segundo.

Ver Zidane perder a cabeça e ser expulso.


Saber que ele vai se aposentar sem levar mais uma copa para aqueles franceses fedidos.


Inesquecível.

Como diz o velho ditado: "Quem Zidane primeiro, Zifode na final".

(Fotos gentilmente emprestadas do UOL esporte)

Fenomenal: Abalamos a Globo!

Devido ao incrível furo de reportagem noticiado há poucos dias neste Blog que revelou antecipadamente o grande final de Belíssima, a poderosa Rede Globo chamou às pressas o autor Sílvio de Abreu e alguns atores do elenco para produzir um novo final para a novela das oito.

Assim como ocorreu em 1998, mais uma vez a verdade ficou lá fora, porque não tinha ingresso VIP nem era amiga do Ronaldo Fenômeno.

Nossa equipe de reportagem tentou diversas vezes contato com a assessoria de imprensa da finada novela mas até o momento não obteve nenhum retorno.

sábado, julho 08, 2006

O novo funcionário
(Uma piadinha de Stuart Silva)

Sabendo que naquele setor da empresa só tinha sacanas e temendo um futuro processo por assédio moral, o gerente de recursos humanos tratou de prevení-los de que não fizessem nenhuma brincadeira com o novo funcionário que chegaria em breve e que sofria de um pequeno distúrbio da fala.
No dia seguinte ao aviso, o novo colega chegou:
— Cacá... cacá...
A galera já estava com vontade de rir. Ele continuou:
— ... cacom ali... ali... licença! Eu sassá... sassou...
A galera explodiu em risadas.
— Sassou... sassou... o... o... nono... nonovo fafun... fafin... fafuncionário!
O colega mais sacana, segurando o riso, respondeu:
— Mumu... mumuuito papra.. paprazer! Eeu tamtam... também sassou.. sassou gagá... gaágo iiiiii... igual a vovô... você!
O novo funcionário começou a ficar nervoso:
— Nanão... Nanão popóde ser! Vavô... vavocê tatá mamê... mamê sassi... sassá... sacaneando!
A risadaria na sala era geral. O colega, já não mais disfarçando a zombaria, respondeu:
— Nanão... Nanão é sassi... sassa... sacanagem, nanão! Eu sasou ggagá... gagago mmemês... memesmo! Dadada.. Dadesde cacri... ccriancinha! Vavô... vavocê também?
O novo funcionário:
— _orra _enhuma! _e _uderam, _onito! Eu _ão _ô _ago! Eu _ô _anho! EU _Ô _ANHO! Eu ó _ava imitando _ago _orque _e _isseram _e _ocês eram _uito _ilha-da-_uta!
Ao que o colega retrucou:
— _orra! _ais um _iadinho _e a _ente _ão _ai _oder _acanear!

quinta-feira, julho 06, 2006








Solucionamos os mistérios de Belíssima!!!
(Stuart Silva)


O trabalho coordenado de nossa equipe de reportagem conseguiu esclarecer os mistérios da novela global Belíssima.


Acima: Criador e Criatura

A partir de duas pistas reveladas no último final de semana, nossa equipe encaixou as últimas peças que faltavam para montar o quebra-cabeça folhetinesco.
A primeira pista foi a inexplicável derrota da seleção brasileira de futebol. Nem na ficção uma equipe formada pelos melhores jogadores do mundo e comandada pelos maiores pensadores do futebol moderno perderia para um time como a atual seleção Francesa. O que fez nossa perspicaz equipe suspeitar que haveria um esquema fraudulento por detrás do jogo.
A segunda pista foi revelada pelo próprio autor da novela, Sílvio de Abreu, em participação ao vivo no programa Domingão do Faustão no último do domingo. Segundo ele, os mistérios de Belíssima eram muito simples e óbvios.
Investigando a fundo os bastidores da delegação brasileira, nossos repórteres conseguiram amarrar as pontas soltas da trama, chegando a uma bombástica descoberta.
O último jogo da seleção brasileira foi uma armação da ardilosa vilã Bia Falcão para faturar alto numa bolsa secreta de apostas do submundo do crime de Frankfurt. Avisada pelo seu fiel advogado, o letal Dr. Caolho Medeiros, de que a Justiça brasileira bloqueara todos os seus bens, a mega-empresária e grande dama do Teatro brasileiro executou um audacioso plano para levantar fundos para sua espetacular fuga no capítulo final da novela.
O plano, digno de novela das oito, foi o seguinte: Bia Falcão apostou todas suas suadas economias contra o Brasil, então o grande favorito da competição, e subornou um roupeiro da delegação brasileira para colocar um bilhete dentro da meia do craque Roberto Carlos.
Aos onze minutos do segundo tempo do jogo Brasil x França, o jogador Roberto Carlos, como é de costume no futebol, abaixou-se para ajeitar o meião e leu o terrível bilhete:

"Querido RC, eu sou sua mãe.
Ass.: Bia Falcão
P.S.: Você é fruto de um affair que tive há mais de 30 anos com o Parreira.
P.P.S.: Você é o terceiro gêmeo desta relação mal-sucedida. Ronaldo e Jamanta são seus irmãos.
Beijos, mamãe."

Por mais de dez segundos, Roberto Carlos ficou atordoado, não percebendo a penetração de Thierry Henry, que jogando enfiado e lubrificado, entrou com bola e tudo, deixando o mundo perplexo com o safo Dida.
Após o jogo que ele não viu, Roberto Carlos, o gêmeo mais feio de Bia Falcão, foi tomado por uma intensa alegria ao saber de seu parentesco com Ronaldo Fenômeno, o gêmeo mais lesado e mais patrocinado de Bia Falcão, e o abraçou efusivamente.
Os dois jogadores, muitos parecidos fisicamente, ainda não tiveram a oportunidade de conhecer o gêmeo mais inteligente e cabeludo de Bia Falcão, o come-quieto Jamanta.
Os trigêmeos Falcão: mórbida semelhança
Procurado por nossos repórteres, o técnico Carlos Alberto Parreira, sumidade do moderno futebol feio e atualmente sumidaço, negou-se a dar qualquer declaração sobre este traço negro e sombrio de sua biografia, tendo inclusive ameaçado nossa equipe de reportagem. "Vou chamar a Bia Falcão", disse intimidador.
Parreira em dois momentos: 1. Surpreso com Zagallo (Esq.) / 2. Ameaçando nossa equipe (Dir.)
E agora, a grande revelação final: o cruel e implacável assassino de Belíssima é Zagallo.
O embalsamado ancião, lenda viva do futebol e único ser tetra-campeão do Universo, promoveu a matança na novela movido por um ciúme doentio, tentando eliminar a Bia Falcão, mais ensaboada e matreira que Jack Bauer, por ela ter dado a Parreira o que Zagallo nunca pôde: filhos perfeitos, sadios e inteligentes.
Zagallo: O grande vilão da novela
As autoridades ainda não conseguiram encontrar o paradeiro de Zagallo que está foragido desde a eliminação do Brasil na Copa, no último sábado. A empresária Bia Falcão foi presa pela Polícia Federal quando tentava embarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim cantarolando o célebre "Samba do Avião".
Em depoimento a Polícia, a empresária, atriz, vilã, mãe de celebridades internacionais e agora presidiária Bia Facção fez mais uma revelação: há oito anos ela tentou revelar ao jogador Ronaldo a sua relação de parentesco, empregando o mesmo artifício do bilhete dentro do meião. O resultado todos já sabemos: o jogador Ronaldo, abalado pela revelação, teve convulsões múltiplas que levaram a derrota do time brasileiro na grande final de 98 e deixaram o então magriça atleta com seqüelas encefálicas que persistem até hoje.
Ao lado: Bia Falcão, de robe de chambre, finalmente dorme no xadrez.
O autor da novela, Sílvio de Abreu, aplaudiu a perspicácia dos repórteres do Blog Rebola que solucionaram o mistério do ano e disse que tirará um ano de férias antes de mergulhar de cabeça na próxima novela global que tem o título provisório de Baranguérrima.

O último capítulo da novela Belíssima vai ao ar amanhã após o Jornal Nacional.
Boa noite.
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